17° Simpósio Edwaldo Camargo e 1° Congresso CancerThera

Dados do Trabalho


Título

PANORAMA DOS EXAMES DE PET-CT – FDG- 18F NO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO EM UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA DO BRASIL

Introdução/Justificativa

Introdução/Justificativa
Existem mais de 200 tipos de HPV no mundo, sendo 14 deles cancerígenos. Destes, os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos cânceres de colo de útero e lesões pré-cancerosas. Também podem provocar câncer em vagina, ânus, vulva, pênis e orofaringe. Em 2020, foram diagnosticados 602 mil novos casos de câncer cervical em todo o mundo, com 342 mil mortes. No Brasil, a mortalidade pela doença ente 1980 e 2020 foi de 165.087.2
O exame de PET-CT com Fluorodesoxiglicose marcada com F-18 (PET-CT 18F-FDG) pode ser fundamental para elucidação diagnóstica, estadiamento e acompanhamento de pacientes nos diferentes estágios da doença, trazendo maior acurácia e a possibilidade de detecção e localização de metástases.

Objetivos

No Brasil, os dados oficiais revelam que cerca de 35% dos casos de câncer de colo uterino ainda são diagnosticados nas fases III e IV, ou seja, em doença avançada, sendo que a partir da fase III existe disseminação linfonodal pélvica ou para-aórtica.
Diante disso, o objetivo deste estudo foi a avaliação do panorama dos exames de PET-CT 18F-FDG realizados em uma instituição privada com a indicação de câncer de colo uterino e verificar se os dados coletados são condizentes com os dados encontrados na realidade brasileira.

Materiais e Métodos

MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi realizado utilizando-se o banco de dados de uma instituição privada. Buscados exames de PET-CT 18F-FDG com a indicação de neoplasia de colo uterino no período de 01.01.2019 a 31.08.2023. Identificados 183 estudos, sendo 36 excluídos por duplicidade e/ou indicação incorreta, permanecendo, no final, 147 exames para análise.

Resultados

Quando avaliados por indicação, a grande maioria dos exames incluídos neste estudo foram realizados para avaliação de resposta (56,5%), seguidos de estadiamento (18,4%), suspeita de recidiva (15,6%) e seguimento (9,5%).
Avaliando apenas os exames de estadiamento, a grande maioria apresentava doença avançada e apenas 3,6% tiveram exame negativo. 10,7% das pacientes possuíam doença nos estágios iniciais (menor que IIIB), 10,7 no estágio IIIB, 17,9% no estágio IIIC1, 25% no IIIC2, sendo que 3,6% já apresentavam envolvimento de órgãos pélvicos (estágio IVA) e 28,6%, de órgãos a distância (estágio IVB).
Quanto à suspeita de recidiva, este trabalho considerou 23 pacientes da amostra. Deste total, 78,3% dos exames foram positivos, 8,7% indeterminados e 13,0% negativos .

Conclusão

Os dados encontrados no nosso serviço são semelhantes aos encontrados no Brasil. As regras vigentes no nosso país não propiciam o diagnóstico precoce do câncer de colo uterino, na contramão dos protocolos atualizados nos Estados Unidos e na Europa. Não há autorização prevista para estadiamento, nem acompanhamento pelo SUS ou pelo rol da ANS. Este cenário configura sério obstáculo à detecção da doença em um estágio mais inicial, o que possivelmente pouparia custos de tratamento na doença avançada, e aumentaria a sobrevida das pacientes, consolidando imediato benefício à saúde pública.

Palavras Chave

18F-FDG PET/CT; CERVICAL CANCER; DIAGNÓSTICO; Estadiamento; DISSEMINAÇÃO

Área

Medicina Nuclear

Autores

YURI AGUILLERA PEDREIRA, LEONARDO FONSECA MONTEIRO DO PRADO, MARCELO MOREIRA DA SILVA, MARIO OLIMPIO DE MENEZES, DIONISIO NEPOMUCENO VIVIANI, BRUNO RUSSIANO DE OLIVEIRA BOENO, CARLA LIMA SANTOS VIVIANI