17° Simpósio Edwaldo Camargo e 1° Congresso CancerThera

Dados do Trabalho


Título

Otimizando o preparo do paciente para o exame PET/CT por meio da telenfermagem – experiência inicial

Introdução/Justificativa

Em muitos locais do mundo, o acesso ao exame PET/CT (tomografia por emissão de pósitrons) é extremamente difícil e muitos pacientes devem viajar longas distâncias para realizá-lo. Essa realidade pode ser encontrada no estado de Pernambuco, no nordeste brasileiro. Este estado possui pouco mais de 98000 km² e uma população estimada um pouco maior que 9,6 milhões de habitantes. Porém, apenas um equipamento de PET/CT funciona pelo sistema público de saúde neste estado, sendo localizado na capital no extremo leste. Neste contexto, entra em questão a necessidade de informar e orientar adequadamente os pacientes sobre este procedimento. Falha em fazê-lo pode levar a inutilização do procedimento diagnóstico, que muitas vezes deve ser repetido dias depois, elevando os custos relativos tanto ao procedimento em si quanto do deslocamento ou hospedagem do paciente envolvido.
A telessaúde tem se mostrado uma solução promissora, destacando-se sua capacidade de reduzir custos e superar distâncias. Por exemplo, por meio de consultas e monitoramento remoto de enfermagem, pacientes podem receber atendimento de qualidade, evitando deslocamentos dispendiosos e desnecessários. Isso se torna ainda mais importante na realização de exames de alta complexidade como a PET/CT, essencial para o manejo de pacientes oncológicos. Dessa forma, a telenfermagem pode ter um impacto positivo no manejo e acesso de pacientes oncológicos ao exame PET/CT.
Logo, objetivamos relatar a criação e o funcionamento de um sistema de telenfermagem para orientação de preparo de pacientes oncológicos para o exame PET/CT.

Relato

O presente estudo foi conduzido num hospital universitário referência em Medicina Nuclear na capital pernambucana. O hospital já tinha acesso prévio a plataforma Central de Telemonitoramento Clínico (CTC- HC) e Aplicativo de Gestão dos Hospitais Universitários (AGHUx) utilizando o modulo Sistema de Telemedicina e Telessaúde. Todo o processo deste estudo foi embasado na Lei 13.709, que trata da proteção de dados.
O treinamento dos profissionais de enfermagem consistiu em orientação sobre o funcionamento das plataformas de telessaúde, baseando-se em um roteiro pré-estabelecido. O sistema de consultas de telenfermagem consistiam em: agendamento dos pacientes; teleatendimento para confirmação da teleconsulta através do aplicativo Whatsapp Business e com envio de links para acesso a teleconsulta na plataforma AGHUx; teleconsultas realizadas na plataforma AGHUx/STT de forma síncrona e integrada ao prontuário eletrônico do paciente com certificado digital.
Um total de 92 pacientes foram atendidos, sendo 64 mulheres (69,6%). Em relação ao município de origem, 33 (35,9%) pacientes moravam na capital e 59 (64,1%) em outras cidades. Os pacientes residiam em 27 diferentes municípios no estado. A mediana do deslocamento necessário para os pacientes do interior receberem atendimento convencional seria de 167,0 Km (IQ: 120,0 – 372,0 Km), com um valor máximo de 1140 km e mínimo de 14 km. Nenhum paciente teve preparo inadequado no exame de PET/CT.

Conclusão

Neste relato, destacamos o potencial do uso da telenfermagem no preparo e orientação adequada de pacientes submetidos ao exame PET/CT. Nossas análises demonstram uma grande redução do deslocamento dos pacientes. Todos os pacientes apresentaram preparo adequado no momento da realização do exame.

Palavras Chave

telemedicina; telenfermagem; PET/CT; oncologia

Área

Medicina Nuclear

Autores

FELIPE ALVES MOURATO, Symone Margareth Braga Rodrigues de Melo, Allisson Francisco de Morais, Simone Cristina Soares Brandão, Lúcia de Fátima Nunes Freitas